Criar um Site Grátis Fantástico

 

Estude Teologia para glória de Deus

Instituto Reformado Santo Evangelho

Organizador do Site.

Fernando Corrêa Pinto

Filho de Deus, cristão reformado, salvo pela graça. Marido de Suzana e pai de João, Timóteo e Lucas. Professor de Teologia.

Possui Mestrado em Teologia - Seminário Teológico Evangélico Bíblico RN (2014), Pós Graduado em Marketing pelo Centro Universitário Leonardo Davici RS, (2015), Possui graduação em Bacharelado em Teologia pela Universidade Metodista de São Paulo (2011), é Doutorando pelo Seminário Teológico Evangélico Bíblico RN . Trabalhou como missionário no Nordeste Brasileiro, foi professor do Centro Metodista de Educação do Nordeste até 2015. Atualmente é professor do Seminário Betel Brasileiro de Santo André, Centro de Educação teológico Fidelidade em São Bernardo do Campo, Instituto Bíblico Santo Evangelho e serve a Deus na Igreja Casa de Oração em São Caetano do Sul. Tem experiência na área de Teologia com concentração em missiologia e é autor do livro com o titulo "O Missionário e desafio contemporâneo" publicado pela editora Átrio.



Total de visitas: 1626
missiologia
missiologia

Missiologia.

A missiologia é a ciência que tem o objetivo de estudar a grande comissão dada por Jesus a sua igreja. Essa missão é primeiramente dada a seus discípulos em um âmbito nacional e transcultural. ( Mt 28,19 / Mc 16,15 / At 1,8 ).

Essa disciplina é de grande importância, pois trata de uma tarefa primordial da igreja. Evangelizar os povos. A missão está no coração de Deus e Ele deseja alcançar todas as nações, raças e tribos de todas as línguas. Contudo é necessário saber nestes últimos dias se                                                                                                                                                missões também está no coração do seu povo.

 

 

Deus foi o primeiro missionário quando desceu no Jardim do Édem (Gn 1,26-28). Ele cria um relacionamento de amizade com Adão e Eva, contudo após a desobediência deles foi necessário comunicar o evangelho aos povos atingidos por essa maldição (Gn 3,15). Após isso, Jesus cumpre o papel de enviado quando vem a terra cumprir a missão que Deus o deu (Jo 3,15). E o Espírito Santo é o agente desta missão (At 1,8). Desta forma a trindade está completamente comprometida com o Seu plano.

 

Missão na Bíblia.

 

A Bíblia é um livro missionário sem ela não haveria possibilidade de entender a missão e de praticar os seus métodos. (Mc 16,15). A Bíblia é o manual do missionário.

No antigo testamento vemos Deus chamando Abraão e lhe dando uma promessa que muitas famílias da terra seriam abençoadas (Gn 12,3). No Novo testamento, vemos Jesus citando a vida de Abraão e relacionando com a salvação (Mt 8,11-12).

O chamado missionário de Israel inicia através do desafio dado por Deus a Abraão. A promessa de uma terra, de uma benção e de uma família grande. (Gn12, 1-4). Essa promessa vem por meio de Isaque que gera Jacó e a partir dele as 12 tribos são formadas (Gn 32,12).

Muitos imaginam que o chamado missionário não se aplica ao povo de Israel, entretanto podemos ver que Deus separa um povo para trazer o conhecimento do nome de Seu nome a um povo pagão (Gn 12,1-3). Isso se torna claro na história de Jonas, Isaias, Jeremias e outros profetas.

Quando Deus gera Adão Ele ordena que seja fecundo e se multiplique. Adão desobedece e recebe punição por este ato (Gn 1,28). Mas no capitulo 12 Deus da a promessa novamente de abençoar o mundo por intermédio de Abraão.

É preciso olhar para o Antigo testamento com muito zelo e cuidado, considerando-o um livro de profunda importância para o cristianismo e a missão.

O Novo Testamento é do início ao fim um livro missionário. Na grande comissão existem dois aspectos consideráveis a ser falado. O primeiro deles é que existe claramente uma ordem de Jesus para que possamos ir e pregar o evangelho (Mc 16,15).  A promessa consiste e saber que o Senhor Jesus está conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mt 28,20).

Em Atos dos apóstolos existe a concretização desta ordem e da promessa que está diante dos leitores desse livro. Vemos Pedro pregando tanto no meio de Judeus e também para os de fora. Em algumas vezes observamos a obra sobrenatural do Espírito Santo participando desta da proclamação (At 10, 9-16). O capítulo 15 deste livro aparece o primeiro concílio. Este tinha o objetivo de organizar a igreja e enviar os missionários para os povos vizinhos.

Em Atos 1,8 está mais uma vez a ordem de Jesus para a proclamação do evangelho. No capítulo 2 a capacitação de Deus para tal obra. Nos capítulos 3 e 4 vemos a igreja passar de 3000 para 5000 salvos. O que se segue do capitulo 5 até o ultimo capítulo de Atos trata-se da ação de Deus na vida de seus servos em prol de alcançar os povos.

Apesar de a maioria dos apóstolos estarem empenhados na missão de Deus evidenciamos que apóstolo Paulo possui um destaque entre eles neste assunto. Em seu histórico temos 4 viagens missionárias que proporcionou que o evangelho viajasse para as nações vizinhas até chegar a Roma. Ele nestas viagens plantava as igrejas, estabelecia a liderança e as pastoreava pessoalmente e através de carta. Paulo Também teve a oportunidade de pregar para as autoridades das nações até terminar preso em Roma por causa do evangelho.

 

 

Missões Transculturais

 

A  missão transcultural trata-se de um movimento cristão de alcance mundial. O lema principal da missão transcultural indica que “A missão primaria das igrejas é proclamar o evangelho de Cristo e implantar novas congregações no mundo inteiro.”

Mas o que é cultura? Para responder essa pergunta temos em primeiro lugar entender o que é a cultura local. Todas as nações têm a sua cultura e é impossível viver acima de sua cultura. Desta forma torna-se desafiador o estudo da cultura.

Cada povo possui valores, crenças e educação particulares e se diferenciam entre si, em alguns aspectos. As culturas têm suas ideias e maneiras de se relacionar com o mundo e os tais são aprendidos normalmente desde a infância. A primeira coisa que um missionário percebe quando chega ao campo é isto. Ao trazerem o ensinamento cristão a um povo o missionário afeta diretamente a cultura. Muitas delas precisam de transformação. Nas culturas em sua grande maioria existem práticas idolátricas, por exemplo, e quando o evangelho de Cristo chega ele produz uma transformação interior e exterior. Ele dá um novo sentido a vida, uma nova direção para as condutas humanas. É necessário que o missionário aprenda a lidar com a cultura, não somente na forma de comer se vestir ou idiomas, mas aprendendo a conviver com seus valores fundamentais de forma que seja eficaz na apresentação do salvador.

O apóstolo Paulo realiza essa obra com grande destreza. “Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns.” Ele se fazia romano para ganhar os romanos, grego para ganhar os gregos e assim o evangelho ia penetrando nas culturas.

Como a Bíblia olha para as outras culturas? O cristianismo não tem objetivo de padronizar o mundo e nem de destruir a sua cultura. Em (Ap 5,9) vemos o triunfo de Cristo e todas as etnias juntamente com Ele. “E cantavam um cântico novo, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo e nação;”

O cristianismo é transcultural, não há necessidade de destruir nenhuma cultura. É preciso haver respeito pelas mesmas. A questão que deve entrar nesta discussão é se a cultura é ou não pecaminosa e se impede que o individuo seja salvo. Esta sim deve ser transformada. Em (At 15, 19-20) vemos Barnabé sendo tolerante com a cultura judaica que estava ligada com a identidade nacional e não haveria implicações na salvação do povo. “Por isso, julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus,  mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue.”

Se tratando de nossos dias é necessário que cada missionário tenha a responsabilidade de ser enviado de forma correta e se prepare para o serviço transcultural. Alguém que chega a outro país sem as documentações adequadas, de forma clandestina ou sem o envio formal de uma igreja pode correr o risco de escandalizar o evangelho ao invés de trazer as boas novas.

Quando lembramos do exemplo de Paulo percebemos que ele abandona toda sua tradição cultural para trabalhar em favor do evangelho. Em (Fl. 3, 5-8) ele declara que considera o evangelho mais importante que sua identidade cultural. Vemos o apóstolo usando todos os meios lícitos para proclamar o reino de Deus no meio dos pecadores.

 

O desafio da obra missionária Atual

 

Neste momento nos voltaremos para o destaque dos desafios para a realização da obra missionária.

Em primeiro lugar é necessário que haja pessoas dispostas a cumprir o ide. (Jo 9,4)“Importa que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; vem a noite, quando ninguém pode trabalhar.”

É importante que tenhamos pessoas que amem esse trabalho e o façam com dedicação, pois a evangelização é uma obra urgente. A pergunta que precisamos fazer é a seguinte: Estamos obedecendo a ordem de Jesus em pregar o evangelho?

Outro ponto que destacamos é a necessidade de intercessores para a realização da missão. Em Lucas 10,2 lemos “E dizia-lhes: Na verdade, a seara é grande, mas os trabalhadores são poucos; rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.”

E ainda é necessário que existam pessoas dispostas a investir financeiramente na missão.“E vendiam suas propriedades e bens e os repartiam por todos, segundo a necessidade de cada um” (At 2,45).

Também hajam missionários preparados e igrejas que se dediquem no envio dos mesmos. Os missionários tem um nome a zelar e precisam estar bem preparados como já havíamos falados, pois a ação evangelística precisa alcançar pessoas e não afastadas do reino de Deus.

 

É importante que o missionário esteja preparado quando vier a perseguição.

“Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” (João 16,33)

Tenhamos atenção nos desafios mencionados por Jesus no texto acima. Estes desafios podem surgir no campo missionário e essa é uma arma que satanás usa para que o servo seja intimidado e deixe de proclamar o evangelho. Jesus fala que somos perseguidos porque não somos deste mundo (Jo 15,18). Podemos ver muitos dos apóstolos sofrendo perseguição e alguns deles até sendo mortos por causa do evangelho. Contudo para que haja perseverança é preciso atender ao chamado, se firmar na Palavra de Deus, obedecer, amar as vidas e ter coragem. Um missionário que tem as qualificações necessárias como ser ter bom testemunho, conhecimento bíblico, ser irrepreensível e vive o que prega não deve temer as perseguições.

 

Evangelismo Pessoal no Brasil.

 

 Gostaríamos aqui de falar rapidamente sobre o evangelismo pessoal. O ganhador de almas precisa se dedicar em aprender a melhor forma de evangelismo, sendo assim ressaltaremos alguns pontos importantes.

Em primeiro lugar é necessário ser insistente com amor, entregar um folheto e sair pode não ser a maneira mais eficaz.

Orar para que Deus nos direcione para quem devemos falar.

Decidir a forma de falar, se publicamente, particular, exortando ou com cortesia.

Falar sem pressa de maneira que a pessoa possa compreender bem a mensagem que esta sendo passada.

Mostrar nas escrituras que o homem é pecador e que em Cristo há perdão. A certeza da salvação deve ser incutida.

Falar com convicção e caso a pessoa aceite a mensagem ore para ela entregar a vida para Jesus. Caso ela não entregue proceda de tal forma que a porta permaneça aberta para outra ocasião.

A obra de evangelização no Brasil foi em muitos aspectos formidável e muitos deram suas vidas para que brasileiros pudessem hoje ter sua fé firmada em Cristo.

Se tratando dos pioneiros do evangelismo no Brasil mostraremos de forma cronológica os protagonistas desta obra.

1855 Robert Kalley (Congregacional), 1859 A. G. Simonton (Presbiteriano), 1881 W. B. Bagby (Batista), 1876 J. S. Newman e John J. Ranson (Metodista), 1911 Daneil Berg e Gunnan Vingre (Assembleia de Deus), 1946 Aroldo Edwin (Quadriangular).

Muitos destes foram profundamente influenciados pelos considerados pais das missões modernas como Willian Carey, Hudson Taylor, Adoniran Judson, entre outros.

 

A missão de Deus é Integral

 

Em um texto do pastor Ariovaldo Ramos ele trata sobre a missão integral. Mas o que vem a ser isto?

Ele trabalha o texto de (Gn 3 ,1-15) que relata a queda e suas consequências. Ariovaldo menciona que a missão é de Deus e ele resgata toda a criação. Aqui não é estabelecida uma ordem de prioridades para restauração, mas tudo é priorizado. Deus trabalha dentro da história para resgatar sua criação, nós estamos presos à história, desta forma Deus também trabalha dentro da história para nos resgatar. A nossa participação neste trabalho consiste me clamar “venha o teu reino” trabalhamos para que a transformação venha sobre toda a criação.

Quando o autor fala que a missão é integral existe uma necessidade de entender que toda a criação precisa da cooperação dos filhos de Deus para haja transformação integral.

 

A  Missão

 

O autor Ronaldo Lindório trata deste assunto trabalhando três pontos importantes na missão da Igreja.

O primeiro é que a missão da igreja é proclamar o evangelho, não buscar formas de impactar a sociedade e expandir sua mídia. A igreja precisa perder sua glória para glorificar ao Senhor.

Em apocalipse 5 vemos a tríplice missão de Deus. Iniciando com o trono que está relacionado ao seu Reino. “Ninguém é digno de abrir o livro e desatar os seus selos”. Somente o Cordeiro. Ele tem a primazia.

Em seguida a missão de Cristo está em pagar o preço, quando ele declara “está consumado” isso significa que a obra que Ele deveria cumprir está relacionada com sua morte. Nisto baseia a nossa vitória, pois na cruz que ele obteve sua vitória. Porque ele comprou com Seu sangue homens de toda tribo língua e raça.

A partir do verso 7 vemos a glorificação do cordeiro, “riqueza, sabedoria e força”. Nossa terceira missão é servir ao Cordeiro. Servi-lo com tudo que temos de melhor. Jesus precisa ser conhecido em todos os cantos e nisto consiste o nosso serviço.

Ainda em outro texto chamado a essência da missão Ronaldo Lindório fala sobre o Pacto de Laussane. Este evento foi uma reunião realizada em 1974 com a participação de líderes de 150 países com o objetivo de discutir a missão. Neste evento foi sintetizada a missão da igreja dizendo que o propósito de Deus é oferecer o evangelho a todo, por meio de toda a igreja, a toda criatura, em todo mundo.

A mensagem missional é o evangelho, Jesus o poder de Deus. A necessidade missional é o homem, impiedoso, perverso e perdido. A manifestação missional é Deus convocando todo mundo a crer.

Dentro de uma perspectiva reformada da missão o Rev. Gidálsio Reis faz uma relação entre missão e adoração compreendendo que a obra missionária é a principal tarefa da igreja e uma igreja que não vive a missão não é igreja. Ele menciona o Salmo 67 e a experiência de Isaias (Is, 6) como sendo a experiência de adoração levando a missão. Ele menciona que o culto deve motivar a obra missionária. Finalizando o autor diz, baseado no catecismo de Westminster, que a principal função da igreja é viver para glória de Deus e quando isso acontece a missão se torna algo natural.

O Pr. Osvaldo Prado fala sobre o descompasso de igreja e missão. Ele lembra que a igreja perdeu o fervor missionário e atualmente busca sua alto promoção. Ele questiona se esse grande crescimento da igreja hoje tem gerado missões para fora dos arraiais de Jerusalém. Lembra que existem missionários brasileiros em outras culturas e qual tem sido nosso olhar em relação a eles.

Na realidade, segundo Prado, quando olhamos para a mídia evangélica vemos que temos gerado uma contra missão. Afirma que a igreja tem se mostrado infantil. Ele nos desafia e questionar porque nos mantemos nessas cadeias? São promessas, trocas, pensamento positivo, água benzida, milho ungido, um marido rápido, nesse jogo vale tudo. Há um verdadeiro descompasso com a missão dada por Jesus a igreja.

 

Modismo

 

Lembrando-se do processo de plantio de igrejas que aconteceu no Brasil motivado pelos movimentos missionários do século 19 vemos que nossa nação anda em outro sentido. A semente plantada com tanto trabalho nesta terra deveria nos dar motivos de sobra para viver para a glória de Deus.

Existe pouca relação de missões hoje com algo que aconteceu a tempos atrás. Um dos motivos está relacionado com os modismos que surgem, que vêm e vão e que agrada a muitos. É preciso perguntar se nossa adoração está nos levando para diante do trono e também para diante dos perdidos?  Se nossas reuniões de igreja tem pensado nos que estão lá fora ou somente cuidando de questões administrativas visando a promoção denominacional.

Nestes casos é importante refletir, orar e nos voltar para os perdidos pelo qual o senhor Jesus deu sua vida.

 

Finalizando este texto destacamos outra mensagem de Ronaldo Lindório que nos leva a refletir sobre a missão da igreja em semear a palavra de Deus. Ele faz uma relação entre a parábola do semeador com o Salmo 126.

Ele lembra que em nossa missão é preciso ir andando e chorando para trazer os seus feixes. Muitas vezes esse choro vem com a saudade dos que ficam, com a enfermidade que vem, com o fruto que não chega, com o caminho que é longo demais e com o coração que, muitas vezes, amanhece apertado. Estamos sempre andando, sendo enviados em caminhos incertos e constantemente orando para dar mais um passo. Realmente o missionário tem um longo caminho a trilhar.

Temos andado e chorado, não sabemos se é hoje, ou se será em breve, ou demorará, mas é certo que um dia traremos nossos feixes para apresentar diante do cordeiro.

Contudo não podemos perder a alegria de caminhar, a fé, a perseverança na oração e o abraço daqueles que estão ao nosso lado, sofrendo e se alegrando com a obra de Deus.

Andar e chorar é cumprir a missão.

 

Escrito por Fernando Corrêa Pinto